sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Um pouco de poesia...

De Carlos Drummond de Andrade, em A Rosa do Povo: “Em verdade temos medo./ Nascemos escuros./ As existências são poucas: Carteiro, ditador, soldado./ Nosso destino, incompleto./ E fomos educados para o medo./ Cheiramos flores de medo./ Vestimos panos de medo./ De medo, vermelhos rios vadeamos./ Somos apenas uns homens/ e a natureza traiu-nos./ Há as árvores, as fábricas, doenças galopantes, fomes./ Refugiamo-nos no amor,/ este célebre sentimento,/ e o amor faltou: chovia, ventava, fazia frio em São Paulo...”

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