quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Encontro de Almas

Desde o último quase encontro com Márcia, na verdade, um telefonema não completado por falta de coragem, Silvio encontrava-se angustiado e triste. Mostrava-se, em seu dia a dia, melancólico. Os colegas percebiam a tristeza no olhar, a falta de interesse por coisas que antes o faziam vibrar, coisas que lhe davam excitação (“tesão”), aquilo que os gregos chamavam de Eros – a força vital. A força e energia que nos faz vibrar e nos sentirmos vivos. Desejosos por um novo dia, mesmo com todas dificuldades e intempéries. O amor por Márcia, não realizado, causava em Silvio a doença da alma - amor romântico ou cortês, como denominavam os medievais.  A questão: como curar uma doença que nascia e crescia no mais profundo do ser. Sem modificações físicas aparentes. Nenhum sinal em pele, face, membros... Sem alterações em exames laboratoriais e de imagens corporal. Sem evidências físicas a serem identificadas pelo médico. Nada que o psicólogo pudesse agir. Uma doença causada pelo desejo e sofrimento. Vislumbrava duas opções: lutar por seu amor ou esquecer. Para vencer, precisava superar sua covardia. Para a cura daquela doença, se fosse preciso agiria como um verdadeiro canalha. Antes usaria as virtudes para enfrentar os desafios que ora se apresentavam. Decidido, buscou as ruas da cidade.
Tinha consciência do que enfrentaria. Até então vivia tranquilo, verdadeiramente em paz. Desde o primeiro encontro com Márcia, uma verdadeira agonia apossara-se da sua mente. Dias inquietantes, uma aflição, algo não desejado, por muitas vezes rejeitado, necessitava recuperar a paz que já não existia. No momento: a paz seria encontrá-la mesmo por alguns instantes. Vê-la ou falar-lhe já seria suficiente. Passara-se um dia desde a ligação da Márcia. Tentaria contato telefônico. Insistentemente, repetia o toque no telefone, quase automático. Nada. Nenhuma resposta. Apenas a triste mensagem do celular: ocupado ou desligado pelo cliente. Agiu como detetive, procurou um endereço pelo número da placa do carro. Obteve o endereço de trabalho da Márcia. Aguardou nas proximidades da empresa. Lembrava um serviço de informática. De repente Márcia surge ao longe, o vidro do carro aberto permite a identificação. Podia ver seu rosto, a pele branca da face contrastava com o escurecimento dos cabelos. Deixou-se ver e sorriu; ela correspondeu. Em seguida, repetiu a ligação. Insistiu uma, duas, na terceira ela atendeu. Alô... Ele não soube o que dizer. Balbuciou: meu amor... Ela: que saudade. Pronto. Ele sabia que deveria assumir riscos. Desejava aquele corpo.  Perderia sua alma, adoeceria mais e até morreria de amor.
Conversaram. Minutos, beirando a hora. Assuntos diversos. Normalmente não demoraria ao celular. Despediram-se quase noite. Nada marcaram. No dia seguinte, pela manhã, um novo telefonema, não respondido. Em final de tarde, encontrava-se no mesmo local do dia anterior, era uma quinta-feira. Retornou na sexta. E no sábado encontraram-se. Um encontro rápido. O bastante para o encontro de mãos e corpos. Um beijo. Bem junto ao carro. Um beijo quase roubado. No final do beijo, com os lábios livres, uma decepção, ela diz: acabou. Nunca mais. Não posso te encontrar. Era um fim de semana... Manhã de sábado, a solidão do domingo se anunciava.





Sergio Damião Santana Moraes

Um pouco de poesia...


De Fernando Pessoa (Alberto Caeiro): “Sou um guardador de rebanhos./ O rebanho é os meus pensamentos/ E os meus pensamentos são todos sensações./ Penso com os olhos e com os ouvidos/ E com as mãos e os pés/ E com o nariz e a boca./ Pensar uma flor e vê-la e cheirá-la/ E comer um fruto é saber-lhe o sentido./ Por isso quando num dia de calor/ Me sinto triste de gozá-lo tanto./ E me deito ao comprido na erva./ E fecho os olhos quentes,/ Sinto todo o meu corpo deitado na realidade./ Sei a verdade e sou feliz.”

Nostalgia

Márcia encontrava-se como em tempos antigos, tempos da civilização grega, encontrava-se nostálgica. Com uma saudade dolorida do seu quase amor. Apresentava uma lembrança com dor. Lembrava Silvio. Um sentimento único, nunca experimentado ou vivido. Apenas sonhado. Apesar de carregar dentro de si o sentimento, apesar de alimentá-lo sutilmente, e silenciosamente, apesar de desejar vivê-lo: retornara ao casamento. Reativava um matrimônio desgastado de muitos desencontros. Quando encontrou Silvio, meses atrás, apresentava-se vulnerável. Uma das razões do encantamento. Algo diferente encontrou. Diferente no olhar, no cheiro, nas coisas não explicadas. Coisas que despertaram uma paixão nunca experimentada. Um desejo intenso de entrega total: física e emocional. Quando da decisão de não atender as ligações telefônicas do Silvio, o número na tela do telefone celular demorara em se apagar. Visualizava o número, o nome encontrava-se em sua mente, gravado nas imagens do seu desejo. O som da ligação no seu celular despertava o desejo reprimido. Os dias após aquele telefonema foram angustiantes.
Gradativamente a vida voltava à sua rotina. Trabalho pela manhã e tarde, filhos na escola, encontros com amigos e a conciliação com o marido. Mas, a todo instante retornavam as lembranças. No vento forte: a voz; na brisa do mar: as lembranças do cheiro de Silvio. Na brisa do mar surgiam o olhar carente, a postura e o chamamento desejoso. Enxergava o que os olhos não viam. Eram instantes desejados. Sem chance de se realizarem. Por instantes, a racionalidade era jogada às traças. Sentia-se viva com o sentimento. Sentia-se viva com os seus desejos. Desejava querer, mais que realizar o seu desejo. Um pensamento confuso e conflitante: desejar era tão necessário quanto realizar seus sonhos. Logo depois, seguia a rotina diária e a vida sem riscos. Passaram-se meses. Márcia, por muitos momentos, vivia conflitos. Recusa e esperança de encontrar seu amor quase perfeito. Acreditava no acaso. Vivia alternante, um vazio em seus momentos de silêncio, em seus pensamentos e devaneios, nos momentos em que o sono demorava em domar as lacunas de sua vida. Certa manhã acordara decidida, procuraria seu amor não experimentado. Procuraria a clínica e marcaria uma consulta. O verão se aproximava e necessitava renovar os cremes protetores do sol. Quando lá chegasse, perguntaria à secretária de sua médica sobre a data da consulta anterior. Sondaria sobre o Silvio. Do Silvio lembrava o médico, especialidade e o motivo da consulta, bem como a data.
 Além do número do telefone, obteve o endereço de trabalho do Silvio. No mesmo dia, em fim de tarde, encontrava-se bem perto dele. Um leve toque no celular, uma chamada apenas. A resposta foi imediata, quase uma mensagem telepática. Como se ele estivesse esperando sua ligação, embora com tanto atraso. Ouviu um alô profundo. Márcia permanecia calada, nada respondia. Ouviu diversos alôs, sentia a respiração do Silvio. Um longo e demorado silêncio, uma eternidade. Após o silêncio, o número na tela do celular desaparecia. Reapareceu em segundos. Nada mais ouvia. Girou a chave de ignição do carro. Deu partida em direção aos filhos que esperavam na porta da escola.



Sergio Damião Santana Moraes

Um pouco de poesia...

De Augusto dos Anjos, Versos de Amor: “Parece muito doce aquela cana./ Descasco-a, provo-a, chupo-a... Ilusão treda!/ O amor, poeta, é como a cana azeda./ A toda a boca que o não prova engana./ Quis saber que era o amor, por experiência,/ E hoje que, enfim, conheço o seu conteúdo,/ Pudera eu ter, eu que idolatro o estudo,/ Todas as ciências menos esta ciência!” [...]

Lamentações

“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.” Silvio lia os versos da tradução de poesia inglesa. Não sabia o nome do autor, porém se encantava com o encadeamento da musicalidade poética. Os versos se misturavam à sua desilusão amorosa. Na verdade, um quase amor. Para não sofrer, deveria esquecer. Apagar lembranças. Necessitava da perda de memória recente e seletiva, algo que a ciência médica não o ajudaria, não conseguiria explicar a seletividade de memória. Era uma questão de escolha: esquecer ou sofrer. Sua decisão: não lamentar dores passadas. Escolheria viver.
Encontrava-se em meia idade. Fisicamente bem. Em bom estado clinico e geral, como diriam os médicos. Emocionalmente nem tanto. Sentimentalmente pior. Até então, relações amorosas superficiais e passageiras. A maioria sem vestígios de sua existência. Nada a lembrar ou festejar. Por isso, a empolgação ao conhecer Marcia. Uma centelha de paixão. Possibilidade de amor verdadeiro. Esperança de poder dizer: meu amor. Algo que nunca pronunciara em seus relacionamentos. A dor que sentiu com o não atendimento das suas ligações pela Marcia até certo ponto o animava. Não que fosse masoquista e desejasse o sofrimento. Com a dor que sentia, podia dizer: estou vivo, sinto a dor da paixão que os poetas e amantes descrevem em livros e aparecem em bares das cidades. Mas a persistência da dor o maltratava. Melhor esquecer seu quase amor, concluiu. Em pensamento reafirmou: vou esquecer. Apagarei de memória a silhueta do corpo e sorriso da Marcia. Assim como apagava o número de telefone em seu celular.
No dia seguinte, ao acordar, ainda na cama, o pensamento retornava. Lampejos, segundos de lembranças, parecia inevitável o retorno de imagens não desejadas. Apagar o número de telefone foi uma decisão fácil, difícil era apagar as imagens. Não dominava sua mente. Tornava-se autônoma. Levantou-se lentamente. Há algum tempo percebia uma lentidão nos movimentos de braços e pernas. Bem como no raciocínio. Atribuía ao cansaço físico e mental das atividades no serviço. Gradativamente apresentava-se como um homem lento. Lento nas decisões, nas refeições e no falar. Não parecia perturbá-lo, incomodava seus interlocutores. Sentia necessidade de viver uma paixão. Isso, certamente, o reanimaria. Lembrou-se dos versos: “Lamentar uma dor passada é sofrer novamente.” Guardava o sentido da frase: lembrar, dor e sofrer. Naquele dia, em seu carro, no trânsito lento, no retorno para casa, lembraria apenas das boas coisas da vida.
Aos 50 anos de idade encontrava-se sozinho. Não se sentia solitário. Gostava dos seus momentos de solidão e silêncio. Eles foram preenchidos, nos últimos meses, com imagens da Marcia. Incomodava. A paz em que vivia desapareceu. Ainda, a todo instante, sentia necessidade de encontrá-la. Mas... Existiam as crianças. Perderia seus silêncios e individualidade. Quanto mais lutava pelo apagamento de memória, mais ela se tornava viva. O presente era ocupado pela dor de uma paixão não correspondida. Como não lembrar? Se o desejo era intenso. Na lentidão dos seus 50 anos, pensou: não lembrar era a chance de não sofrer; sem as lembranças morreria um pouco a cada dia.


Sergio Damião Santana Moraes

Um pouco de poesia...



De Augusto dos Anjos, Solitário: “Como um fantasma que se refugia/ Na solidão da natureza morta,/ Por trás dos ermos túmulos, um dia,/ Eu fui refugiar-me à tua porta!/ Fazia frio, e o frio que fazia/ Não era esse que a carne nos conforta.../ Cortava assim como em carniçaria/ O aço das facas incisivas corta!/ Mas tu não vieste ver minha Desgraça!/ E eu saí, como quem tudo repele,/ - Velho caixão a carregar destroços -/ Levando apenas na tumbal carcaça/  O pergaminho singular da pele/ E o chocalho fatídico dos ossos!”

Desilisão

“Vamos fugir. Para outro lugar baby. Vamos fugir. Onde quer que você vá que você me carregue.” No rádio do carro, ele ouvia a música. Em seguida: “Eu preciso te falar. Te encontrar de qualquer jeito. Prá sentar e conversar. [...] Eu preciso respirar o mesmo ar que te rodeia e na pele quero ter o mesmo sol que te bronzeia...” Os acordes despertavam em  Silvio as lembranças de Marcia. O amor perfeito que nunca se concretizou. Lembrava-se de meses atrás, logo após a consulta médica, com a constatação da alteração em próstata, apresentava-se fragilizado. Marcia não atendeu suas ligações. A música despertava bem mais que sentimentos adormecidos. Despertava a decepção vivida. Da Marcia, lembrava: silhueta do corpo e as linhas perfeitas de sua face. Lembrava-se do sorriso e dos cabelos lisos cobrindo os ombros, bem como do olhar. Não lembrava a voz. Permanecia em sua memória: o cheiro e o olhar. Os sentidos aguçados do desejo. Sentidos da memória viva, apesar dos meses passados. Era fim de tarde, dia ensolarado e quente, encontrava-se dentro do carro, apesar de confortável e com ar refrigerado ligado, sentia-se incomodado, a música o incomodava. Sentia-se melancólico com as lembranças. Perdia a chance de viver um amor perfeito. Por isso a música o incomodava tanto; trazia o sentimento de perda – parte de sua vida deixava de existir. Morria um pouco, com a perda daquele amor. Morava em uma cidade mediana em população e imensa em trânsito de carros e motos. Aguardava o retorno para casa. Mantinha hábitos saudáveis: trabalho, casa, ginástica e moderação nos alimentos e bebida alcoólica. Fortalecia o corpo e mantinha uma mente sã. Envelhecia com qualidade de vida. Alinhava seus pensamentos em seus momentos de solidão e silêncio. Um desses momentos era no retorno para casa, com a lentidão dos carros no trânsito intenso.
Naquele dia, as buzinas pareciam irritantes. Algo que não sentia em dias anteriores. As buzinas atrapalhavam seus devaneios. As motos junto ao retrovisor do seu carro eram uma agressão ao seu bom senso. Pensou em abrir a porta do carro e agredir o motociclista. Por pouco... Conseguiu controlar-se. Voltava o pensamento ao rosto e ao corpo perfeito do seu amor. De repente, em leve movimento de cabeça, identificava a sua amada. Um carro à frente. A poucos metros, mesmo com o sol forte em seu rosto, visualizava detalhes do cabelo, pescoço e ombro. Com as imagens do carro ao lado reativava uma memória que achava perdida. Com ansiedade chegava seu carro próximo ao dela, ficaria lado a lado, sentiria seu cheiro - reativaria a memória olfativa. Acordaria o animal que carregava em suas entranhas. Despertaria o vulcão adormecido nos meses de solidão. O trânsito não permitia a aproximação, pensou em abandonar o carro, as motos em vai e vem alucinante não permitiam. Buzinava. Algo que nunca fizera: buzinar inutilmente. Pura ansiedade. Vivia a angústia. A poucos metros podia ter o contato visual. Enquanto tentava o contato, pensou: e se ela recusasse em atendê-lo? Usaria a chantagem emocional, algo que a convencesse a largar o carro no acostamento e o seguir para um lugar qualquer. O carro à frente avançou o sinal. Ele parou ao lado do carro da sua amada. A tristeza foi enorme, mais uma desilusão, no veículo ao lado não se encontrava o seu amor perfeito.




Sergio Damião Santana Moraes

Um amor perfeito


Encontrava-se sentado, observava o vai e vem das pessoas. Pensava nas paixões e nos vários tipos de amores. No amor de mãe, pai, filho, amigos... Amores fraternais. Lembrou-se do mais instigante, daquele que foge aos conceitos e nem sempre se explica: o amor entre um homem e uma mulher. Amor e paixão se confundindo na loucura dos desejos. Coisas que os poetas descrevem com precisão, maioria das vezes sem nunca ter vivenciado, descrevem dores que nunca sentiram e sentem o fogo de uma paixão que nunca possuíram. Ao fim do pensamento, conclui: o amor perfeito, entre um homem e uma mulher, nunca é duradouro. Sempre se modificará. De tão intenso é impossível vivê-lo por um longo tempo. O amor intenso, e perfeito, com o passar dos dias cria dependências, conflitos do querer e não querer, céu e inferno, angústias... Vive-se minutos de alívios e horas de angústias. Algo imaturo, próprio dos adolescentes. Por ser um sentimento intenso, acontece poucas vezes na vida. Quando na vida adulta, a racionalidade humana não permite seu desabrochar. A chama do desejo se apaga em um piscar de olhos, numa curva ou em uma rua qualquer.
Ele pensava... Quando ela apareceu. Sentou-se em frente a sua cadeira. Ele aparentava maturidade; ela jovialidade. Uma pele branca: branca como a neve. Falou dos filhos. Encontravam-se em uma Clínica Médica. Silvio aguardava o exame de próstata, completara 50 anos. Apesar de a aparente segurança no sentar, andar e falar, ela percebia sua ansiedade, o temor em seus olhos. A sensibilidade feminina aflorava naquele instante. Percebia a insegurança do homem à sua frente. Isso a seduzia. O olhar carente que ele demonstrava a seduzia. Um olhar, que apesar de inseguro, a desnudava. Além do olhar, o cheiro. Diferente de um perfume. Um cheiro que não experimentara antes. Algo a atraía. Um cheiro que despertava o desejo. Uma paixão. Logo foi chamado. Ela observava seu caminhar. À porta do consultório, antes de entrar, sorriu. Ela ouviu: Srª Márcia, sua vez. A Drª à espera. Buscava o creme para uma pele macia, protegeria a pela branca como a neve.
Momentos depois voltaram a se encontrar. Na farmácia buscava a medicação prescrita para a próstata. Ela, o creme protetor solar. Os olhares foram rápidos. Segundos eternizados. Estavam vulneráveis. Deixavam-se seduzir. A sedução é própria dos animais. Foi seduzida, sem uma palavra. Cheiro e olhar: dois sentidos animalescos. Algo que o homem traz das cavernas, do seu tempo de caçador. Ela se deixava seduzir. Gostava de pensar na ideia de ser amada e desejada da maneira que ele a olhava. Apesar dos sentidos aparentemente rudes, ela via leveza no olhar. Via a sutileza humana: via o amor puro. Ele perguntava o número: ela parecia não ouvir. O seu número do celular, ele disse. Caso eu precise de ajuda, ligarei. Após instantes de hesitação, ela ditou. Não foi preciso anotar, gravou em memória. Gravou, também, a silhueta de um corpo perfeito.
O telefone tocava, insistia... Uma, duas, muitas vezes. A filha encontrava-se em seus braços e o filho cobrava instruções para o dever de casa escolar. O telefone foi deixado de lado. Ainda tocou algumas vezes. O amor perfeito ficaria em sua mente. Nunca o esqueceria. Permaneceria nos sonhos e nos seus instantes de silêncio. Era tarde para tentar vivê-lo.




Sergio Damião Santana Moraes