domingo, 26 de novembro de 2017

Um pouco de poesia...

De Augusto dos Anjos, A meu Pai morto: “Madrugada de Treze de Janeiro./ Rezo, sonhando, o oficio da agonia./ Meu Pai nessa hora junto a mim morria/ Sem um gemido, assim como um cordeiro!/ E eu nem lhe ouvi o alento derradeiro!/ Quando acordei, cuidei que ele dormia,/ E disse à minha Mãe que me dizia:/ “Acorda-o!” deixa-o, Mãe, dormir primeiro!/ E saí para ver a Natureza!/ Em tudo o mesmo abismo de beleza,/ Nem uma névoa no estrelado véu.../ Mas pereceu-me, entre as estrelas flóreas,/ Como Elias, num carro azul de glórias,/ Ver a alma de meu Pai subindo ao Céu! [...]”

Nenhum comentário:

Postar um comentário