terça-feira, 14 de junho de 2016

Papel Passado

Um pouco de poesia...

De Libério Neves, “Papel Passado”: “Se, por acidente, moléstia ou velhice, algum dia eu vier a ver-me (resto) imóvel no lençol, a depender, por caridade ou pelo amor, do vosso gesto difícil, esse gesto de lavar meus panos de matéria e de limpar os meus resíduos deste mundo.../ isto será profundo para vós e doloroso para mim./ E certamente é certo que não terei palavras, nem gestos, para vos agradar./... quando (eu) assim restar, imovelmente mudo, contudo ainda vivo, estarei a todo instante, em mente, beijando as vossas mãos em mim santificadas... essencial talvez à filtração da alma.”

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