quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Um pouco de poesia...



De Augusto dos Anjos, Solitário: “Como um fantasma que se refugia/ Na solidão da natureza morta,/ Por trás dos ermos túmulos, um dia,/ Eu fui refugiar-me à tua porta!/ Fazia frio, e o frio que fazia/ Não era esse que a carne nos conforta.../ Cortava assim como em carniçaria/ O aço das facas incisivas corta!/ Mas tu não vieste ver minha Desgraça!/ E eu saí, como quem tudo repele,/ - Velho caixão a carregar destroços -/ Levando apenas na tumbal carcaça/  O pergaminho singular da pele/ E o chocalho fatídico dos ossos!”

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