sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Caminhos Urbanos

           
Nossas cidades possuem um número imenso de ruas e avenidas, algumas bonitas, outras nem tanto. São registradas e nomeadas em prefeituras. Uma certidão de nascimento dos nossos bairros e casas. Algo próprio da modernização e organização das urbes, e que deve ser aprimorado em segurança e rapidez. As civilizações sempre utilizaram desse meio de comunicação. Séculos atrás, uma missiva podia mudar uma vida, destino de um povo ou de uma nação. Decidia o rumo de uma paixão amorosa. Para o rei ou imperador da antiguidade uma má notícia significava a perda da vida do mensageiro. As mensagens virtuais da atualidade ampliaram o significado da nossa comunicação. Algumas ruas marcam a população, seja pela importância do local ou pelo nome que a designa. Em Cachoeiro: Rua Bernardo Horta, Pinheiro Júnior, Capitão Deslandes... No Rio de Janeiro, Machado de Assis gostava da Rua do Lavradio. Interessante que, apesar da força e valor histórico do personagem do nome da rua, a localização de uma casa, sobrado, hospital ou uma igreja pode se sobressair. A rua Dr. Raulino de Oliveira, um dos fundadores do hospital, torna-se um bom exemplo cachoeirense e transforma-se em Rua da Santa Casa. A praça pública Gilberto Machado, em frente ao hospital, muda para Praça da Unimed. A Praça São João, entre o Mercado Municipal e a Padaria Brasil, passa a ser conhecida como a Praça da Banca de Revistas do Jorge. A ponte bem em frente à igreja metodista comunica a Avenida Beira-Rio à Rua Samuel Levy, apesar do nome “Ponte de Pedestres Governador João Bley” é conhecida como “ponte que caiu”. Em Vila Velha, cidade canela-verde capixaba, uma rua inicia-se no Bairro Itapuã e termina na praia, na prefeitura é registrada como Rua Waldemar Pitanga, mas para efeito prático e de uso diário é denominada Resplendor. Existe nome de rua que não esquecemos nunca, mesmo quando ficamos anos sem revê-la ou nunca mais a encontramos. Marcam nossa infância e vidas. Para mim foi a Rua Caboclo Bernardo, em Vitória, Bairro Santo Antônio, o nome é uma homenagem ao herói negro capixaba do tempo do Império, que atuou em São Mateus, norte capixaba. Era rua pequena, sem placa, os carteiros não chegavam, evitavam a escadaria e o alto do morro, deixavam as correspondências na Avenida aos cuidados das crianças. Em Cachoeiro, tenho a Rua Rui Barbosa, liga a parte alta da cidade com a proximidade do Rio Itapemirim. Pelo caminho encontramos árvores frutíferas, parece pouco, mas é coisa rara para um centro de cidade.
De tudo, uma boa notícia, mesmo com a desorganização no planejamento urbanístico de nossas cidades, Cachoeiro incluído. Na última terça-feira, na eleição do Conselho para Plano Diretor Urbano (PDM), os cachoeirenses deram exemplos de cidadania, compareceram em número expressivo. Sinal de mudança no comprometimento com os interesses públicos.



Sergio Damião Santana Moraes

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