Dia 18 de outubro. A saúde é um completo bem estar
físico, mental e social. Um direito do cidadão e um dever do Estado. É o que
está escrito em nossa Constituição, desde 1988. Os transtornos da afetividade/depressões
se acentuam. Separar as doenças físicas das psíquicas não é tarefa fácil. Por
isso, o exercício da medicina é uma arte. A arte de ouvir, de auscultar, de
palpar e agir. Uma profissão mais que milenar. Mística. Desde os tempos
remotos. A sabedoria da mitologia grega já nos mostrava o caminho (Asclépio –
Deus da medicina, e suas filhas: Higéia - Deusa da medicina preventiva e
Panacéia - Deusa para a cura de todas as doenças e males), sabiam claramente
que, assim como um pai não pode privilegiar um dos seus filhos, a medicina não
deve esquecer a prevenção em favor da cura - a harmonia deve prevalecer. A
cristianização acrescentou a caridade. A arte da medicina iniciou-se nas mãos
dos cirurgiões e suas habilidades, suas improvisações e suas técnicas
cirúrgicas. Associou-se ao poder da observação clínica, muitas vezes simples, como
o ato de lavar as mãos e com isso a diminuição das mortes das mulheres no após parto
com a diminuição da infecção puerperal. E, evoluiu nos atos anestésicos do fim
do século XIX, permitindo as cirurgias modernas. Em 12 de outubro de 1916
nascia Edson Rebello Moreira, pediatra cachoeirense, fundador do Centro de
Estudos da Santa Casa de Cachoeiro. Ele tinha a compreensão exata do ser
médico.
Com a evolução da
medicina, sua alta tecnologia, não é mais possível recuperar a imagem retratada
em quadros: um leito domiciliar, um moribundo e ao seu lado um médico. A morte
não é mais permitida nas residências, nos transferimos para os leitos das
Unidades de Terapia Intensiva com os aparelhos de respiração e monitores. Aceitarmos
a finitude humana, a morte é inevitável, é uma oportunidade de vivermos em paz.
Ainda assim, é possível a profissão médica ser exercida baseada na relação
humana dos sentimentos. Por mais que pareçamos frios, nos alegramos com o sorriso
de uma criança ou adulto recuperado. Mesmo quando cansados de plantões e dias
acumulados de trabalho. O aforismo hipocrático deve nos acompanhar: “Curar
quando possível; aliviar quando necessário e consolar sempre.”
Sergio Damião Santana
Moraes
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