O assunto é
instigante e apaixonante. Desde os primórdios da vida na terra. Afinal, a
civilização inicia-se, de fato, quando os humanos deixam de serem caçadores/ coletores/
nômades e fixam-se à terra (revolução agrícola), há mais de 10 mil anos atrás.
A partir de então: formamos famílias e demos início a grandes proles e passamos
a nos relacionar ativamente com astros celestes - lua e sol. Fundamos
comunidades e cidades. Nos dias atuais, com a biotecnologia e engenharia
genética: discutimos os alimentos, os Organismos Modificados Geneticamente
(OGM) e os benefícios e malefícios dos alimentos com o DNA alterados -
transgênicos. Precisamos consertar os nossos erros com o ambiente que nos cerca
e alimentar a humanidade. O uso da tecnologia parece inevitável.
A cerveja, uma
das bebidas alcoólicas mais consumidas no mundo, no Brasil inclusive, é um bom
indicador dos caminhos da humanidade. Os indícios de sua produção remontam há
9.000 anos, na Mesopotâmia (atual Iraque); há 7.000 anos em Hunam, na China. No
Egito, há 3.000 anos A.C., a cevada era considerada o melhor grão para produzir
a cerveja e iniciam a produção do malte. Os Celtas produziam cerveja a partir
da cevada, trigo e aveia. O Lúpulo, a flor que acrescenta aroma e sabor, foi
introduzido, na Boêmia, entre o séc. XI e XIV da nossa era. Nos anos 50, do
século passado, a biotecnologia inicia a revolução verde e nos anos 90 uma
segunda revolução (genética) unindo a biotecnologia com a engenharia genética.
Começava as grandes mudanças na agricultura mundial. Alimentos geneticamente modificados
(soja, trigo, arroz) são produzidos em massa. Oferecem aumento de produtividade,
menor preço, resistência às pragas, menor tempo para a produção, novos
organismos vegetais. Tudo com um sentido: combater a fome no mundo. Porém, as
duas grandes dúvidas permanecem: consequências ambientais e na saúde humana.
Algo sem resposta até o momento; nenhuma garantia que isso não venha acontecer.
Quanto à fome, não parece que a questão seja a produção. Pois, a humanidade,
nunca produziu tantos grãos. E, nem por isso, a fome, no mundo, diminuiu o
suficiente para que possamos dormir em paz. Para diminuir a fome, as pessoas
devem ter acesso à educação e renda. Voltando à cerveja: no Brasil, a lei
permite a utilização de outros cereais, além da cevada, para sua produção. Na
atualidade, a cerveja fabricada no Brasil contém cerca de 50% de milho ou
outros cereais. Com isso a produção fica bem mais barata. Sendo o Brasil o
segundo maior produtor mundial de alimentos transgênicos, atrás apenas dos
Estados Unidos, há de ser supor que consumimos a cerveja transgênica. Por que a
suposição? Porque o que esclarece são as informações dos rótulos. E, estes, no
Brasil, não são nada esclarecedores. Muito pelo contrário, permanecemos, os
consumidores, sempre em dúvida.
Sergio Damião Santana
Moraes
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