Violência é o
mal do século XXI. Fruto de guerras e intolerâncias religiosas e étnicas. Algo
impensado para o avanço tecnológico e econômico atual. No Brasil, e restante da
América Latina, pela desigualdade social e déficit educacional, pela má
distribuição das riquezas e renda, temos índices alarmantes de mortes
traumáticas. Apesar das guerras no mundo, é no nosso Continente, mais ainda no
Brasil, que tiros, facadas, acidentes automobilísticos e motociclísticos ceifam
mais vidas. Um desastre social, mais que anunciado e previsto no século
passado. Uma vergonha para um país que se encontra entre as 10 maiores
economias do mundo. Não cuidamos da educação, da transparência de instituições
e nos encontramos em estado desolador. Uma corrupção alastrada em todos os
setores: esporte, político, financeiro... Um desalento. Uma tristeza enorme. A
cada início de ano uma rebelião em nossos presídios; uma greve de policial
militar. Algo absurdo, para um país minimamente civilizado. Um aviso à
sociedade. Criamos um monstro em nossos presídios. Uma bomba relógio social
produzida nos séculos anteriores.
Mas, no fim de
dezembro, início de janeiro, eu vi ações da sociedade civil. Da sociedade devemos esperar: cobranças, ações
e vigilância. Eu vi duas escolas e uma ação de voluntariados. O melhor caminho:
educação e ação voluntária. Em Vila Velha, município canela verde capixaba:
Escola da Fundação Bradesco. Em Cachoeiro: Supercreche Ariete Moulim no bairro
São Lucas e a Campanha da Visão para crianças em idade escolar do Núcleo
Feminino da Unimed Sul Capixaba (capitaneada pela médica pediatra Fabiola).
A Escola da
Fundação Bradesco é um modelo educacional da iniciativa privada. Uma Escola por
estado, com exceção de São Paulo (duas). Alunos acompanhados por professores
motivados e de altíssimo nível curricular. Com bom salário e incentivados.
Prestação de assistência educacional integral e familiar. Integração de
crianças e adolescentes de vários níveis sociais. Uma formação completa.
Exemplo de uma boa gestão escolar.
Em Cachoeiro:
a Supercreche Ariette Moulim, Escola municipal, uma homenagem à escritora e
historiadora das mais respeitadas e queridas da nossa cidade. No bairro São
Lucas, no alto do morro, por cima da tradicional fábrica do Café Campeão, em
área física perfeita, apesar do difícil acesso, ela se destaca. Quando lá chegamos,
nos surpreendemos. Além da bela área física e do espaço bem cuidado, vimos crianças
guardando o devido respeito e assistimos ações de coordenadora e professores
integrando alunos de vários bairros do município. Sentimos uma rajada de vento
da esperança. Ariete bem animada nos diz: vamos criar a biblioteca da escola,
em 2018.
Na Campanha da
Visão, entre Escolas municipais de Marataizes e Cachoeiro, entre uma viagem e
outra e durante as visitas escolares, foram entregues, após seleção de alunos
com deficiência visual e confirmação nos exames oftalmológicos, mais de 100
óculos. No início de 2018, uma das crianças não contemplada na data marcada, ao
receber seu óculos disse para a Dra. Fabiola: “Tia, obrigada, agora posso ver.
Na escola vão parar de me chamar de burra por não conseguir ler.”
Sergio Damião Santana Moraes
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