De
Augusto dos Anjos, A meu Pai morto: “Madrugada de Treze de Janeiro./
Rezo, sonhando, o oficio da agonia./ Meu Pai nessa hora junto a mim
morria/ Sem um gemido, assim como um cordeiro!/ E eu nem lhe ouvi o
alento derradeiro!/ Quando acordei, cuidei que ele dormia,/ E disse à
minha Mãe que me dizia:/ “Acorda-o!” deixa-o, Mãe, dormir primeiro!/ E
saí para ver a Natureza!/ Em tudo o mesmo abismo de beleza,/ Nem uma
névoa no estrelado véu.../ Mas pereceu-me, entre as estrelas flóreas,/
Como Elias, num carro azul de glórias,/ Ver a alma de meu Pai subindo ao
Céu! [...]”
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