A mais
elegante de São Paulo. Parte dela, seus últimos dois quilômetros, da Vila
Olímpia até o Parque do Ibirapuera, mais ainda. Arborizada. Edifícios, maioria
moradia, de arquitetura instigante. Um contraste com a Avenida Santo Amaro que
a cruza em seu início. De contraste em contraste as cidades crescem. A partir
do momento que mudamos dos campos, e criamos as cidades, fomos aprendendo a
viver em comunidades. Algo incipiente, mas em evolução. Alcançamos a perfeição
biológica, ainda evoluímos no social e ambiental. Existem dúvidas se teremos
tempo para as evoluções necessárias. Caminhar ou pedalar pela Pellegrino é um
alento. Comparada à Avenida Paulista (coração financeiro paulista), a Pellegrino
nos conforta. Suas árvores, suas subidas
e descidas, diz que sim, teremos tempo para amadurecer. Aos domingos, parte da
avenida é ocupada por faixas de ciclovias. Homens e mulheres, adultos e
crianças, com bicicletas de diversos tipos e roupas de diferentes cores alegram
e animam os que optaram pelo caminhar. São Paulo, no outono, de temperatura
amena, oferece o Parque Ibirapuera. Pela Pellegrino, antes do parque,
encontra-se o bairro Moema e suas ruas com nomes de índios e pássaros
brasileiros, lembra a diversidade do Brasil tropical, uma prova de bom local
para se viver, apesar do imenso concreto das cidades. O paulistano se realiza
no Ibirapuera. Dentro do parque caminha-se em torno do lago. Observar os
prédios que se sobressaem acima das árvores é a mesma sensação dos parques do
centro de Nova York. Uma visão da imaginação. Algo existente e produzido pelas
cidades.
Retornar
pela Pellegrino, descer por suas ladeiras, observar melhor suas árvores e
prédios, libera boas sensações. Mesmo com milhões de habitantes, a cidade é o
nosso melhor habitat. Não temos saída, mais de 80% da população vive e viverá
em uma cidade. Um imenso condomínio, regras civilizatórias devem ser ampliadas
e executadas. Aprender desde a infância. Usar a imaginação nas regras e em sua
divulgação. Em vez de grandes letreiros, de grandes placas, pequenos
sinalizadores. Surpreende-me o sinal de identificação do metrô paulistano.
Pequeno. Discreto. Um sinal quase humano. Porém, podemos viver com milhões de
pessoas. Podemos nos encontrar em qualquer ponto do planeta. Mas, gradativamente,
voltamos ao nosso bairro, nossa rua, residência, quarto e computador. Sozinhos,
dentro de nós mesmos. Voltamos ao nosso espaço: micro espaço. Aos conflitos
internos. Nossas angústias, medos, egoísmo e agressividades. Conviver, seja em
uma pequena ou grande cidade, dependerá desses acertos. A beleza de uma cidade
sempre será encontrada. Em uma grande Avenida ou pequena rua. No fim, a cidade
é o melhor local para se viver e morrer.
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