Sonetos Portugueses, Fernando Pessoa: “Em torno a mim os mortos
esquecidos/ Volveram todos. Eu em sonho os vi./ Se os amei, como foi que
os esqueci?/ Se os esqueci, como foram queridos?/ Rápida vida, como os
fizeste idos!/ Com que fria memória os lembro aqui!/ Já desleixo chorar o
que perdi,/ Lembro-os longe da sombra dos sentidos./ Quando os perdi,
pensei: Cada momento/ Me lembrará sua presença morta,/ Eterna em meu
constante pensamento./ Mas lentamente a vida fecha a porta./ Fechada
toda, o olhar está desatento./ Para longe de Deus quem me transporta?”
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