Do
poeta mineiro Libério Neves, “Doação”: “Dou minha matéria à terra./
Entanto antes apresento o corpo a ti, doutor, para a ciência dos teus
dentros./ ... Vês no avesso em mim a pele, mas não seus arrepios de
febre ou dor ou medo no amplo dos meus pelos./ ... Vês os nervos
estendidos com suas cordas dormidas, e nunca sabes perceber as vibrações
mais vivas dos meus íntimos tremores./ ... Então eu dou à terra pulmões
e unhas e ossos e outras partes singulares./ Não posso dar os versos,
não posso meus arrepios...”.
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