Nossas
cidades possuem um número imenso de ruas e avenidas, algumas bonitas, outras
nem tanto. São registradas e nomeadas em prefeituras. Uma certidão de
nascimento dos nossos bairros e casas. Algo próprio da modernização e
organização das urbes, e que deve ser aprimorado em segurança e rapidez. As
civilizações sempre utilizaram desse meio de comunicação. Séculos atrás, uma
missiva podia mudar uma vida, destino de um povo ou de uma nação. Decidia o
rumo de uma paixão amorosa. Para o rei ou imperador da antiguidade uma má notícia
significava a perda da vida do mensageiro. As mensagens virtuais da atualidade
ampliaram o significado da nossa comunicação. Algumas ruas marcam a população,
seja pela importância do local ou pelo nome que a designa. Em Cachoeiro: Rua
Bernardo Horta, Pinheiro Júnior, Capitão Deslandes... No Rio de Janeiro,
Machado de Assis gostava da Rua do Lavradio. Interessante que, apesar da força
e valor histórico do personagem do nome da rua, a localização de uma casa,
sobrado, hospital ou uma igreja pode se sobressair. A rua Dr. Raulino de
Oliveira, um dos fundadores do hospital, torna-se um bom exemplo cachoeirense e
transforma-se em Rua da Santa Casa. A praça pública Gilberto Machado, em frente
ao hospital, muda para Praça da Unimed. A Praça São João, entre o Mercado
Municipal e a Padaria Brasil, passa a ser conhecida como a Praça da Banca de
Revistas do Jorge. A ponte bem em frente à igreja metodista comunica a Avenida
Beira-Rio à Rua Samuel Levy, apesar do nome “Ponte de Pedestres Governador João
Bley” é conhecida como “ponte que caiu”. Em Vila Velha, cidade canela-verde
capixaba, uma rua inicia-se no Bairro Itapuã e termina na praia, na prefeitura
é registrada como Rua Waldemar Pitanga, mas para efeito prático e de uso diário
é denominada Resplendor. Existe nome de rua que não esquecemos nunca, mesmo
quando ficamos anos sem revê-la ou nunca mais a encontramos. Marcam nossa
infância e vidas. Para mim foi a Rua Caboclo Bernardo, em Vitória, Bairro Santo
Antônio, o nome é uma homenagem ao herói negro capixaba do tempo do Império,
que atuou em São Mateus, norte capixaba. Era rua pequena, sem placa, os
carteiros não chegavam, evitavam a escadaria e o alto do morro, deixavam as
correspondências na Avenida aos cuidados das crianças. Em Cachoeiro, tenho a
Rua Rui Barbosa, liga a parte alta da cidade com a proximidade do Rio
Itapemirim. Pelo caminho encontramos árvores frutíferas, parece pouco, mas é coisa
rara para um centro de cidade.
De tudo, uma
boa notícia, mesmo com a desorganização no planejamento urbanístico de nossas
cidades, Cachoeiro incluído. Na última terça-feira, na eleição do Conselho para
Plano Diretor Urbano (PDM), os cachoeirenses deram exemplos de cidadania,
compareceram em número expressivo. Sinal de mudança no comprometimento com os
interesses públicos.
Sergio Damião Santana
Moraes
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